23 de abr. de 2010

Terceira idade avança no mercado publicitário

Modelos mais velhos ganham espaço na mídia impressa e televisiva

Por Mariana Rosa e Bianca Klüppel

Não é de hoje que a publicidade exige novos perfis para propagandas. Nem sempre ser jovem é fundamental. Ter atitude é quesito relevante. Entre os grupos de destaque, estão modelos da terceira idade. São senhoras e senhores que procuram novas oportunidades de emprego e na maioria das vezes, lazer. Abordados na rua ou movidos pelo interesse próprio, os idosos vão a agência de modelos, fazem o book (seção de fotos) e aguardam convite para participar de comerciais. Um trabalho fotográfico pode variar de R$200 a R$1.500, dependendo do cliente. Fotografar levanta a auto-estima, foge da rotina e combate a tristeza e a depressão.

Iremar Bacelar, booker da agência Mega Models há dois anos, afirma que possuem aproximadamente 100 modelos entre 50 e 80 anos no casting, a maioria mulheres. “Eles gostam muito de trabalhar, se sentem úteis. Alguns eram atores e como modelos se tornam especiais de novo”, diz. Normalmente, são mais requisitados em datas propícias como Dia das Mães e Dia dos Pais. Entretanto, o perfil tem mudado. Órgãos públicos como o Ministério do Turismo, por exemplo, investem forte em publicidade para que a terceira idade viaje mais pelo Brasil.

Marluce Jardim é a estrela da campanha para site de saúde

Assim como acontece com jovens, os olheiros também têm procurado candidatos da terceira idade. Foi o que aconteceu com Gil de Lima, 63. Estava passeando pelo supermercado, quando foi abordado por uma booker. A moça perguntou se ele tinha interesse em ser modelo. Disse que não tinha jeito para a coisa, que era feio. A profissional insistiu no contrário e ele aceitou um cartão. Dias depois, apoiado pela família, marcou a entrevista. Fez uma mini sessão de fotos para propaganda do Ministério do Turismo. “Ainda aguardo a resposta, mas apenas pelo fato de ter tido essa oportunidade me senti novamente como um garotão de 20 anos”, conta.

Segundo Marluce Jardim, 63, que trabalha como modelo desde 2004, foi exatamente a atitude que chamou a atenção dos bookers. Tudo começou quando levou a neta que queria ser modelo a uma agência. A agenciadora acabou gostando dela também e pediu para que tirasse umas fotos. Marluce resistiu, mas cedeu quando a família passou a incentivá-la. Em pouco tempo, já estrelava comerciais da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Governo do Distrito Federal. Ela orgulha-se da longa lista de propagandas feitas. “Melhorou muito minha auto-estima. Minha família e amigos ficam tão orgulhosos. Sempre que apareço na televisão ou em revistas, recebo vários telefonemas. É uma tietagem só”, conta.


Serviço:
Agência Mega Models
3226-4412
3224-7120

Agência Glam
3965-9933
3965-9934

14 de abr. de 2010

Leitura ultrapassa a barreira da idade

Leitores experientes mostram que não há preconceito quando o assunto é livro

Por Maysa Rigo

Suspense, romance, drama, ficção científica, espiritismo. As livrarias estão repletas de histórias. A busca pelo conhecimento, pela fantasia ou pelo simples desejo de ocupar a mente leva pessoas de todas as idades a devorar um livro atrás do outro. Os idosos também compõem a lista de apreciadores desse hábito. O gosto varia vai de nutrição a xadrez.

Vendedora da livraria Cultura, Tânia Sousa afirma que é difícil classificar o gosto do leitor idoso. “Varia muito. É difícil definir. Uns gostam de escritores mais clássicos, outros mais modernos”. Anilton Meira, 79, é o que chamamos de leitor eclético. Ele quer estar por dentro da atualidade, mas não dispensa um artigo de ficção. “Eu sempre compro a revista Seleções Reader´s Digest. Sai de tudo lá: fatos reais, ficção, piada. Tem até uma seção de perguntas que fico disputando com meu neto para ver quem acerta mais”, conta ele.

Diferente de Anilton, Ronaldo Seixas, 68, não é fã de ficção. “Não me vem com essas histórias de vampiro que para mim não está com nada. E ainda faz sucesso”, reclama ele. Os estilos literários preferidos de Ronaldo são suspense e ação. “Gosto de livros de Sidney Sheldon”.

Nunca é tarde para começar

A leitura une jovens e idosos no projeto ABC DF. Diferente de outras escolas, é a alfabetização que vai até o aluno. “Vamos às comunidades e fazemos as aulas nos locais que nos são cedidos, como escolas, e paróquias”, conta a coordenadora do projeto na Ceilândia, Soily Braga .

O primeiro livro para os que estão chegando ao mundo da leitura é o Coleção, que é um livro básico para quem ainda está aprendendo a ler. Mas assim que veem que ler pode levá-los além disso, pedem para ler a Bíblia, jornais, revistas. “Temos muitos nordestinos, eles pedem literatura de cordel”, declara Soely.Na Ceilândia existem 81 turmas de alfabetização de jovens e idosos. Cada sala possui no máximo 25 alunos com aulas que duram cerca de 3h. O curso de alfabetização é de 8 meses.

Capoterapia oferece qualidade de vida e convívio social

Capoeira adaptada para idosos auxilia nos movimentos e melhora os sistemas cardíaco e respiratório

Por Ana Patrícia Barbosa

A prática de esporte está cada vez mais presente na vida dos idosos. Para aqueles que gostam de capoeira, mas tinham medo dos pulos e movimentos bruscos, foi criada a Capoterapia. A atividade é a capoeira adaptada para pessoas da terceira idade. Atualmente, as aulas de capoterapia são oferecidas em 16 locais do Distrito Federal. A novidade já conta com cerca de 1.200 alunos.

Ao constatar a falta de atividades físicas adaptadas para os idosos, Mestre Gilvan decidiu criar o programa que está presente em Brasília há mais de seis anos e vem conquistando os idosos que praticam o esporte. “Para mim, é gratificante ver que o projeto ajuda tantas pessoas especiais. Isso, dinheiro nenhum paga”, garante. A vida deles mudou ao começar a praticar a capoterapia. Gilvan explica que a motivação para seguir com a ideia são os elogios que recebe todos os dias.

Os exercícios ajudam a melhorar na coordenação motora e ajuda o sistema cardiovascular. “Além da saúde, a capoterapia aumenta a auto-estima do idoso. Recebemos pessoas com depressão e outros problemas. A convivência também auxilia no tratamento”, explica o Mestre. “Doenças como a arteriosclerose e artrite, entre outras, podem ser evitadas, ou mesmo tratadas, a partir da prática orientada de exercícios físicos”, completa.

A aposentada Celma Andrade, 65, explica que o esporte melhorou bastante sua qualidade de vida. “Eu era doente, não saía de casa porque minhas pernas doíam muito. Um dia, uma amiga que estava fazendo me convidou. Fiquei com preguiça, mas aceitei o convite e continuo até hoje”, diz.

As aulas ministradas pelo mestre Gilvan acontecem em Taguatinga, Ceilândia e Brazlândia. Para mais informações: 9962-2511.

12 de abr. de 2010

Veteranos disputam Copa do Mundo em Brasília

Campeonato para maiores de 50 anos de idade agita as manhãs de sábado no Setor de Clubes de Norte com futebol, música e diversão

Por Leo Renato Bernardes e Samuel Bessa



O último final de semana candango foi marcado por uma das partidas de futebol mais tradicionais do mundo. Em 10 de abril, Brasil e Alemanha se enfrentaram no Minas Brasília Tênis Clube, no Setor de Clubes Norte da capital brasileira. O confronto não contou com Kaká, Robinho nem Luís Fabiano – ou sequer craques alemães como Michael Ballack, Miroslav Klose e Lukas Podolski. Na equipe verde-amarela, Borrachinha, Raposão e Feijão disputaram contra o time de Euler, Carlinhos Zoinho e Paulo. É claro que não estamos falando de uma competição de futebol profissional mundial, mas do “50TÃO”, um campeonato para maiores de 50 anos de idade.

O torneio é disputado aos sábados, pela manhã. Como 2010 é um ano de Copa do Mundo, as oito equipes foram batizadas com nomes de seleções que participarão do Mundial. Para jogar, basta ser associado ao clube e pagar uma taxa de inscrição – que vai de R$ 100 a R$ 150. Os jogadores são sorteados para integrar as equipes, formadas por 20 atletas que devem jogar pelo menos 20 minutos por partida.

Experiente no torneio, João Neres, 69, conta que adora ir ao clube bater uma bola e tomar cerveja com os companheiros. “Só jogo uns 20 minutos e depois subo para ver meu time terminar de jogar”, brinca. João lembra que o campeonato não tem nada de brincadeira. Lá dentro, segundo ele, o jogo é sério. “Já vi sair muita briga dentro de campo. Mas, depois todo mundo participa do churrasco e fica tudo certo”, diz.

O nome do torneio, disputado por homens com mais de 50 anos, é diferente. A disputa já foi chamada de Veteraníssimo e Bengalinha. Os participantes têm direito ao uniforme completo e revivem as emoções de quando sonhavam com a glória de jogar em um grande clube profissional. Com alegria, eles contam os dias para chegar o fim de semana e bater uma bola com os amigos. Regado a bebida, churrasco e muita música após as partidas, o encontro semanal rende empolgação até altas horas

Alberto Guimarães, 55, é o camisa dez da França e joga desde os seis anos de idade. “Vou continuar até não conseguir mais chutar a bola. Jogo por prazer”, avisa. Ex-atleta profissional, atuou em vários clubes de Brasília. Beto, como é conhecido, é um dos mais animados no torneio. Sempre brinca com todos e é admirado pelos companheiros. “É engraçado tirar sarro dos mais velhos que nem correm mais. Mas eu sei que um dia vou ser eu, então brinco enquanto posso”, diverte-se.

A dose certa

Preocupação exagerada de portar doenças graves também é doença

Por Dayara Martins

A Hipocondria pode aparecer em qualquer idade e é comum nos dois sexos, apesar de rara. Estudos mostram que de 4% a 7% das pessoas que vão ao médico relatam transtornos que se enquadram dentro dessa doença crônica. O mais comum é que ela surja entre os 20 e 30 anos. O adulto hipocondríaco normalmente apresenta uma alteração na personalidade, que pode ser temporária. Para o idoso, a “mania de doença” costuma vir associada com comportamentos depressivos.

A patologia é difícil de ser diagnosticada, pois precisa de um acompanhamento médico especializado para não confundi-la com a depressão. Alguns sintomas da enfermidade são: ideia fixa de portar uma doença grave, automedicação e marcação de consultas médicas rotineiras.

Uma boa opção hoje em dia é participar de psicoterapia em grupo, no qual todos discutem seus problemas, angústias e possíveis soluções. O geriatra Renato Maia Guimarães, 58, autor e editor de dois livros sobre o tema, afirma que “nem sempre uma preocupação excessiva com o corpo é necessariamente inadequada, no entanto, é preciso acompanhar as queixas múltiplas para um melhor diagnóstico”.

Não existe uma causa específica e prevenção para esse mal. Porém, ele costuma surgir em pessoas com pouca vida social ou que tiveram uma doença muito grave, em especial na infância. Normalmente passaram por algo muito estressante, como a morte de um ente querido, e não encontraram mais atividades que despertassem seu interesse.

Dona Maria de Lourdes, 72, há oito anos fez uma cirurgia arriscada nos olhos e acabou perdendo a visão de um deles. “Nunca mais fui gente”, declara Maria. Ela, que viveu sempre para a casa e o marido, teve de lidar com a morte recente do seu companheiro com o qual viveu mais de 50 anos. Hoje depende de remédios para estabilizar sua pressão, diabetes e, principalmente, humor. “Não me interesso por nada, não sirvo para nada, já estou muito velha”, desabafa. Sofrendo de depressão desde então, Maria de Lourdes possui sintomas hipocondríacos, mas só um acompanhamento médico mais detalhado pode confirmar. Os filhos cuidam da sua saúde, mas mesmo assim, a avó de 23 netos diz que “é da solidão que mais tenho medo

Caso você queira fazer um teste para saber se é hipocondríaco, clique aqui. Mas, não deixe de procurar um médico!

8 de abr. de 2010

Sem limites para voar

A Federação de pára-quedismo do Distrito Federal tem cadastrados 135 pára-quedistas na cidade. Cerca de 7% desses atletas têm mais de 50 anos


Por Flaviana Damasceno


Eles são mais de 2.500 espalhados em 22 estados por todo Brasil, segundo a Federação de Pára-quedismo do Distrito Federal (FPDF). O estado com o maior número de pára-quedistas é São Paulo, com 705 atletas licenciados. Para saltar é preciso ter no mínimo 15 anos e não há limites quanto a idade de parar, isso depende de cada um.

Profissional desde 1980, André Luiz Niemeyer, 51 anos, conhecido como Gago, nasceu no Rio de Janeiro. Veio morar em Brasília ainda bebê e começou a saltar aos 21. Fez parte da primeira turma de pára-quedismo civil, ministrada por militares da brigada do Rio de Janeiro. Saltou pela primeira vez em Formosa, cidade do interior de Goiás. O fotógrafo é instrutor de pára-quedismo há 12 anos. Quando questionado sobre a aposentadoria, a resposta sai sem gaguejar: “Nunca! Pretendo saltar até o último dia da minha vida”.

O diretor financeiro da FPDF, Gustavo Barreto, 33 anos, mais conhecido como Zé do Boné, é responsável pelo cadastro dos atletas e pela emissão das licenças dos pára-quedistas. “Os pára-quedistas mais ativos são os maiores de 50 anos, que saltam com frequência”, afirma. Nos anos anteriores, o cenário não variou muito. Em 2009 e 2008, eram 12 pára-quedistas com essa faixa etária. No ano anterior tinham 11. “Pode-se dizer que o número de atletas com mais de 50 anos tem se mantido”, conclui Barreto, que também é pára-quedista e salta há 10 anos.

O aposentado Augusto Ribeiro, 59, começou na atividade em 1970, quando foi voluntário do exército brasileiro pela Brigada de Infantaria de Pára-Quedistas, única escola de formação pára-quedista militar no Brasil. Atualmente, tem contabilizado mais de 7 mil saltos. Augusto é instrutor e, assim como Gago, não pretende parar de saltar. “Ainda tenho que formar muitos outros pára-quedistas”, justifica.

Mas nem todos tem o espírito aventureiro para se arriscar nas alturas. O servidor público Paulo Costa, 54, admira quem tem coragem de saltar. No entanto, garante que jamais passará pela experiência. Paulo serviu a Aeronáutica quando jovem e lá viu tudo o que precisava para não querer sair do chão. Aos 22 anos, passou em um concurso para sargento especialista, em Guaratinguetá (SP). No segundo semestre, os alunos deveriam escolher uma especialidade. Sugeriram a ele mecânico de vôos. “Quando vi meus colegas com pernas, braços e pés quebrados, percebi que aquilo não era pra mim. Desisti e me especializei em desenho. O ar e a água não são minha praia, meu negócio é a terra”, completa.

Idosos terão de esperar pela vacinação contra H1N1

Na campanha, a terceira idade não faz parte do grupo prioritário. Por isso, só se vacinarão para a gripe comum a partir do dia 24 de abril


Por Bianca Kluppel

Já começou a campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1). Em todo o Brasil, haverá vacinas disponíveis para 91 milhões de pessoas. A expectativa é vacinar pelo menos 80% desse público. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES/DF) espera imunizar 1,270 milhão de pessoas. A etapa destinada aos idosos coincidirá com o período da campanha contra a gripe sazonal (simples). Por isso, os que não têm doença crônica só tomarão vacina contra a gripe comum. Os que apresentarem a enfermidade receberão as duas doses. O período de vacinação vai de 24 de abril a 7 de maio.

No Brasil, a vacina está destinada a sete grupos prioritários – nos quais as pessoas com mais de 60 anos não estão inclusas. A prioridade é para aqueles que têm maior risco de desenvolver formas graves da doença. Cecília Gomes, técnica da Subsecretaria de Vigilância (SES), explica que os idosos não estão sendo deixados de lado. “A incidência nessa faixa etária é que não justifica vacinarmos esse grupo”, afirma. Para Ubirajara Oliveira, 68, a não vacinação às pessoas da terceira idade é um risco. “Nossa saúde já não está lá essas coisas. Se pegarmos uma gripe, dessa é morte na certa”, comenta.

Para chegar nesses sete grupos prioritários, o Ministério da Saúde levou em consideração as recomendações da Organização Mundial da Saúde: os dados epidemiológicos observados na primeira onda da pandemia no Brasil e a experiência dos países do hemisfério norte. A funcionária pública Ilná Gomes é adepta da proposta. “Fiquei muito feliz de não ter que vacinar. É um sinal que nós estamos cada vez mais fortes contra as doenças”, conclui.

Os portadores de doenças respiratórias, hepáticas, neuromusculares, renais, asmáticos (forma grave) e imunodeprimidos devem consultar um médico para receberem orientações antes de tomar a vacina. O Ministério da Saúde não comprova reações adversas associadas à vacina contra influenza pandêmica. Os sintomas são como a de outra vacina, como febre baixa e dores musculares, mas se resolvem em torno de 48 horas.

Para os mais esquecidos, o Ministério da Saúde avisa por e-mail a data da vacinação. É só cadastrar o endereço eletrônico e selecionar a data de vacinação do grupo que pertence ou tem interesse, na página do próprio Ministério da Saúde (www.saude.org.br). A Secretaria de Saúde também tira dúvidas da comunidade sobre a campanha de vacinação pelo telefone: (61) 3361-4531.


1 de abr. de 2010

Nova corrida promove inúmeros benefícios sem oferecer riscos à saúde

Prática de corrida em piscina profunda aceita atletas em quaisquer condições físicas e ganha espaço em Brasília


Por Samuel Bessa

Itiberê Ribeiro, 73, teve uma vida extremamente ativa. Prova disso são os troféus que coleciona da época em que era jogador profissional de futebol. “Quando cheguei a Brasília, em 1959, fui campeão do primeiro torneio que aconteceu na nova capital”, gaba-se. O tempo, no entanto, trouxe as consequências de longos anos de maus-tratos com as articulações durante as centenas de partidas de futebol disputadas. Uma artrose no quadril acometeu o atleta e o impediu de manter-se em forma. O problema não deixava Itiberê sequer caminhar. A musculatura da perna começou a atrofiar. Até que sua terapeuta indicou uma atividade que o fez recuperar 90% dos movimentos: o deep water running. “Hoje, além de voltar aos exercícios físicos, me divirto com o pessoal do treino e ainda esqueço das chateações do dia-a-dia”.

O deep water running nada mais é do que uma corrida em piscina funda. Presos por um colete afixado na altura da cintura, os praticantes flutuam e fazem exercícios com as pernas e braços se movimentando em velocidade na água. Simulando as passadas do atletismo, a atividade oferece fortalecimento e regeneração muscular, recuperação da coordenação motora, flexibilidade, emagrecimento e benefícios aos sistemas respiratório e cardiovascular. O melhor de tudo isso é que articulações não sofrem impacto. Portanto, a prática é indicada para sedentários, obesos, diabéticos ou quaisquer outros. Não é necessário nem saber nadar. Basta vontade de enfrentar a força de resistência da água, que é 12 vezes maior do que a do ar. A recompensa do esforço é qualidade de vida, bem-estar físico e mental.

Especialista do esporte no Distrito Federal, o professor Carlos Roberto Borges Motta dá aulas de deep water reunning desde 2002 e hoje oferece treinos no clube da Assefe, no Setor de Clubes Sul (www.acquatreino.com). Ex-jogador de futebol e atleta de rua, Carlos Roberto conheceu a prática em 1991. Ao estudar Educação Física, direcionou seus estudos de graduação e pós-graduação para o esporte. Ele alerta para o perigo de frequentar aulas de profissionais sem capacitação. “Os benefícios da corrida na água são inúmeros, desde que realizada da maneira certa. Se praticada com a postura incorreta, a atividade pode ocasionar resultados negativos. É fundamental procurar um profissional reconhecido para não se arrepender depois”, alerta.

Roberta Lopes Veredo, 73, é um exemplo do poder regenerativo da corrida aquática. Ao sofrer tendinite aguda e necrose óssea no joelho direito, passou pela experiência de ter que andar de cadeira de rodas. Ela conta que não imaginava vencer a batalha contra as doenças tão rápido. “Ao passar do tempo, sentia meus músculos se fortalecendo. Com um trabalho direcionado, paciência e muita dedicação, consegui deixar a cadeira de rodas em incríveis 3 meses. Além de proporcionar os benefícios físicos, nos treinos viramos amigos e ajudamos um ao outro. Hoje posso dizer que, graças ao deep water, estou totalmente curada”, alegra-se.

Assista ao vídeo de uma aula de deep water running e lembre-se: a prática só é indicada sob a supervisão de profissionais capacitados.