30 de jun. de 2010

Ligue a memória

Ter uma vida ativa e sociável otimiza o desenvolvimento da memória

Por Dayara Martins

Fatores como emoções, alimentação, estresse, fadiga, prática de exercícios físicos e mentais, são alguns dos componentes que podem atuar diretamente no desempenho da memória, destaca a Mestre em Gerentologia, Elisandra Villela.

Uma pesquisa sueca realizada ao longo de duas décadas complementa a afirmação. O estudo mostra que a educação, nutrição e o tamanho da família são requisitos determinantes para o desenvolvimento da memória. Os cientistas afirmam que o nível de informações a que somos expostos diariamente junto com os computadores e jogos estimulam nosso cérebro e fortalecem nossa memória. Quanto aos efeitos da nutrição, os pesquisadores observaram que são mais difíceis de mensurar, visto que os fatores genéticos são determinantes nesta área. Em relação à família, salientam que os primeiros filhos tendem a ter memória episódica (lembrança de acontecimentos específicos), visto que "ele recebe 100% da atenção, e quando a criança ganha irmãos a energia e o tempo dos pais passam a ser divididos entre todos", esclarece o líder da análise.

Hoje, os especialistas defendem que a memória é bem mais complexa do que se poderia pensar e que ela não se localiza em apenas uma parte do cérebro, visto que é um processo que ocorre por ele todo. Para Iván Izquierdo, cientista argentino pioneiro no estudo de neurobiologia da memória e do aprendizado, a memória humana é “constituída pela capacidade dos seres humanos de adquirir, conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação social”.

Com o passar dos anos, é natural que a memória já não seja mais a mesma. “A velocidade do processamento e tempo de reação das respostas torna-se mais lento e selecionamos o que é mais significativo e relevante para nosso dia-a-dia”, destaca Elisandra.

Uma dica é usar a mente e o corpo ativamente para criar novas trilhas neuronais e, assim, fortalecer as já existentes. Dessa maneira, estimula-se o sistema nervoso e quanto mais fizer mais haverá lembranças.

O poder dos chás

Bebida milenar não cura apenas resfriados

Por Maíra Miranda

Quem nunca tomou um chá para alguma gripe ou dor de garganta? Porém, os benefícios dos chás vão muito além disso. Eles podem fortalecer a memória e até ajudar na cicatrização de feridas.

Tanto a tradição de tomar chás quanto o conhecimento de suas propriedades é milenar. Sabe-se que os chineses já consumiam chá já na Dinastia Tang, por volta do ano de 907. Todavia, só no início do século XIX que a sétima duquesa da Inglaterra, a Duquesa de Bedrford, popularizou o hábito de tomar a bebida durante a tarde. E então deu origem ao famoso “chá das cinco”. A duquesa sentia falta de uma refeição entre o almoço e o jantar, então criou a nova refeição, que contava não só com a bebida, como também com variados quitutes. Além disso, era uma boa oportunidade para exibir suas porcelanas.

Geralda de Barros, 70, é aposentada e dedica seu tempo a cuidar do quintal de sua casa repleto de flores, plantas e ervas. Ela utiliza para fazer variados tipos de chás. “Já ouvi falar nesse tal de chá das cinco, não sei bem por que existe. Tomo várias vezes ao dia”, diz. Geralda tem quatro filhos e cinco netos, mas não é só para eles que ela “receita” seus chás milagrosos. “Muita gente que mora aqui perto vem pedir alguma coisinha para fazer”, conta.

Geralda conta ainda que sempre teve as plantas em casa, mas que só começou a consumir chá quando seu médico recomendou para que ela diminuísse a quantidade de café que bebia. “Ele me explicou que alguns chás também têm cafeína, mas em menor quantidade”, conta.

Em março de 2010, o uso de plantas medicinais foi regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o intuito de popularizar as propriedades benéficas das chamadas drogas vegetais, e, principalmente, esclarecer em que ocasiões elas podem ser utilizadas.

A Anvisa publicou resolução detalhada explicando quando e como as drogas podem ser utilizadas. As plantas inclusas na medida bem como o modo de utilização, que vão desde chás a banhos de assento, podem ser encontradas clicando aqui.

Além disso, a medida da Anvisa também se refere à comercialização de tais medicinas. Elas poderão ser encontradas em farmácias e drogarias, sendo na forma desidratada da planta desde que os fabricantes respeitem as normas de produção e ainda especifiquem todas as informações necessárias ao consumo final.

A história do cinema em Brasília a partir do Cinememória

O cineasta Vladimir Carvalho clama para um incentivo a conservação da história do audiovisual candango

Por Helen Ramos

Ao se aposentar da Universidade de Brasília, onde lecionava cinema desde 1970, Vladimir Carvalho passou a se dedicar mais intensivamente a seus projetos de documentários. Além disso, também se empenhou integralmente a se organizar e manter uma fundação que pudesse preservar os filmes que fez e, também de outros cineastas sobre Brasília ou da cidade: a Fundação Cinememória.

Desde 1970, após a segunda retomada do curso de cinema da UnB, Vladimir Carvalho foi um dos principais articuladores e incentivadores do cinema no DF. É importante lembrar, como ele afirma, que Brasília foi uma das únicas cidades do mundo que já nasceu sendo filmada e fotografada, o que quer dizer que dispõe de um enorme acervo de imagens sobre toda a trajetória de sua construção e de toda a história que se desenvolveu nela desde 1960.

Este é o principal motivo pelo qual Vladimir Carvalho sempre defendeu a criação de uma Cinemateca em Brasília, nos moldes da Cinemateca Brasileira, mas em menor porte. O projeto, porém, nunca foi desejo de políticos, ou daqueles que regem a cultura na capital. “Ao me aposentar, coloquei a mão na massa e comecei a construir meu próprio sonho”, conta.

Foi com essa proposta que, desde 1983, o documentarista fez um museu improvisado. O Cinememória, no início da W3 Sul, tem a arquitetura de um filme. Cada cômodo sugere uma cena. As janelas são como rolos de película, e o segundo andar nada mais é que um pequeno auditório. Revestida de lembranças, a construção na quadra 703, abriga a trajetória de um dos maiores documentaristas do Brasil.

Vladimir Carvalho decidiu doar em 2009 todo o acervo cultural construído em seus 74 anos de idade, inclusive o Cinememória que criou, à comunidade de Brasília. A decisão não veio à toa. Foi preparada como um grande presente para as comemorações dos anos 50 da capital federal. Vladimir volta diversas vezes no mesmo assunto. “Fiz isto porque não sou museólogo e não tenho como conservar sozinho tudo que juntei durante anos. Espero que a política de apoio a cultura de Brasília se encarregue de preservar uma parte da história. Estou oferecendo inicialmente o meu acervo ao cinema local", afirma.

Entre as preciosidades guardadas, há cartazes, câmeras raras, fitas de vídeo, revistas, negativos, cartas e imagens de mestres como Mário Peixoto, Glauber Rocha e Rogério Sganzerla. Antes que o martelo seja batido, porém, o diretor faz uma exigência. “Não quero que o espaço seja vendido ou transfigurado."

Monitoramento em Brasília ajuda na segurança para os idosos

Diretor da empresa Brasília Life Guardian fala sobre o atendimento

Por Amanda Lisboa

Para os idosos que moram sozinhos, uma solução. Atualmente, os idosos se adaptam a uma nova rotina, a de se tornarem totalmente independentes. Os familiares não tem tanta disponibilidade para cuidar de seus parentes da terceira idade. Ao pensar nisso, foi criada há três meses a empresa Brasília Life Guardian. Ela presta serviços como monitoramento, teleajuda e providências emergenciais.

Em situações de emergência, como mal-estar, tontura ou infarto o cliente aciona um dispositivo para ligar diretamente para a empresa, que avisa os parentes e a UTI VIDA, e se desloca até a casa do cliente. Os valores variam entre R$75,00 e R$375,00 por mês. Para os interessados, basta acessar www.brasilialifeguardian.com.br ou entrar em contato pelo telefone (61) 3961-5858. Pedro Ivo Moezia Lima Junior é diretor da empresa e nos explica como funciona o serviço:

3º Olhar: Qual a diferença da empresa Brasília Life Guardian para os outros convênios?

Pedro Ivo: É o monitoramento feito através de um aparelho que fica 24 horas com o idoso, inclusive debaixo de água. A gente trabalha com a UTI Vida, poucos planos tradicionais trabalham com eles. Se o cliente está passando mal, a UTI vai na hora em que é chamada pela Brasília Life Guardian até a casa do idoso e o leva para o hospital com rapidez e segurança.

3ºO: Qual o objetivo da empresa?

PI: A empresa tem três objetivos básicos: Verificar a situação do nosso cliente; avisar os responsáveis e desencadear os procedimentos de emergência que a situação requeira. Nós temos o cadastro de cada cliente. Neste cadastro existe até o número de vezes em que o cliente aperta o dispositivo e o que aconteceu. Tudo é bem controlado.

3ºO: São os idosos que procuram os serviços que vocês prestam ou os familiares?

PI: Na maioria das vezes são os parentes que nos procuram. Como eles não tem tempo para ficar com os idosos, preferem contratar nossos serviços.


3ºO: Quais são as perspectivas para o futuro?

PI: A gente pretende ampliar o monitoramento para qualquer lugar do mundo que o cliente estiver. Se o idoso passar mal, a gente vai poder localizar essa pessoa e mandar uma ambulância. Esse procedimento já é bastante utilizado na Europa. Na Suíça, por exemplo, o próprio Governo faz esse tipo de procedimento. A gente pretende também oferecer assessoria. Os idosos que tem alguma dificuldade para ir ao Detran, cartório, serviços em geral de carro, a gente vai disponibilizar uma pessoa para fazer esse tipo de tarefa. E pretendemos ampliar para todos os públicos.

Filosofia aliada com exercícios

Arte milenar chinesa oferece inúmeros benefícios à Terceira Idade

Por Dayara Martins

Não é à toa que a prática de Tai Chi Chuan (TCC) se populariza entre todas as idades. Porém, para um público específico, a terceira idade, ela se mostra ainda mais benéfica. Estudos a respeito dos efeitos dessa atividade mostram que ele proporciona ganhos de condicionamento físico, força e equilíbrio entre os praticantes idosos, o que ajuda na prevenção de quedas, conforme destaca o Mestre em Educação Física e autor do estudo sobre “Tai Chi Chuan no Tratamento da Dor em Idosos”, Márcio de Moura Pereira.

Essa técnica milenar baseia-se em uma série de movimentos das artes marciais, de animais e forças da natureza que são realizados lentamente e de forma gradativa. “Através de movimentos flexíveis e lentos, assim como a coordenação entre consciência e respiração, o TCC promove o condicionamento físico, a harmonização interior e a tranquilidade mental, além de proporcionar a liberação das tensões corporais de seus praticantes.”, explica Moreira.

O Mestre em Educação Física destaca em sua pesquisa as vantagens gradativas da prática desse exercício. Na primeira aula o aluno da terceira idade já nota a importância do acolhimento em grupo que incentiva-o ao convívio social. Em algumas semanas, a adoção de um compromisso fixo com a aula, devolve ao praticante a disciplina, um melhor aproveitamento do tempo, regulagem dos seus horários de dormir, higiene pessoal, interferindo diretamente nos horários de ingestão das medicações e qualidade da alimentação, por exemplo.

A aposentada Maria Vidal, 79, afirma que só vê vantagens nessa arte milenar. “Acho lindos os movimentos. E se você se equilibra fisicamente, o equilíbrio mental vem junto. Quando você faz Tai Chi você medita e serena o corpo. É uma nova maneira de ver a vida.”

O TCC, além das vantagens citadas, é uma atividade barata, de fácil aplicação, permite o atendimento de grupos e é muito versátil quanto ao local, horário e roupas para sua realização. “A maior diferença entre o TCC e as demais ginásticas é a filosofia de trabalho corpo-mente em contato permanente com a natureza e com os outros praticantes”, esclarece Pereira.

Todos podem praticar o Tai Chi, pois há exercícios inclusive para idosos cadeirantes ou acamados. Ele é contraindicado apenas para os idosos que tem restrição absoluta para atividades físicas. Por ser uma prática cada vez mais popular no Brasil, atualmente, pode ser encontrada em muitos parques, centros de saúde e academias. A Universidade de Brasília (UnB) oferece essas aulas às terças e quintas-feiras às 8h.

Para mais informações: www.gepafi.com ou pelo telefone: 3107- 2557

O esporte da experiência de vida

Experiência e anos de treinamento são necessários para se formar um mestre em judô

Por Helen Ramos

O Judô, fundado em 1882 no Japão, é uma arte marcial com os principais objetivos de fortalecer a mente, o espírito e o físico com técnicas de defesa pessoal. O esporte que significa em japonês caminho suave, tem como principal filosofia a educação e o respeito pelos mais velhos. De acordo com o professor faixa rajada, Hélio Arrais, 63, um tatame representa a sociedade japonesa. Nesta representação, os mais velhos sempre serão mais respeitados, pois seus anos de vida denotam conhecimento superior aos mais novos.

Arrais explica que para um atleta chegar a faixa rajada, ele deve passar por, no mínimo, seis anos até a faixa preta. Deste nível em diante leva-se pelo menos 20 anos para conseguir o décimo dan, último nível da faixa rajada. Depois, existe ainda a faixa vermelha, nível que só pessoas geralmente com mais de 55 anos alcançam. Logo se percebe que o que conta é o conhecimento exímio sobre a luta marcial.

“O fascínio desta arte marcial é perceber o valor que nós mais velhos possuímos, após tantas batalhas e tanta experiência adquirida ao longo da vida. No judô um idoso é respeitado acima de todas as coisas. Isso é essencial para minha profissão e minha filosofia de vida”, completa Hélio Arrais.

No Brasil, normalmente, as academias preparam os atletas até a faixa marrom. Após esta conquista, o judoca deve fazer o curso de faixa preta da Federação de Judô da cidade. Nesse curso, são administrados além da história e filosofia da luta, itens como pedagogia com crianças, leis que amparam o atleta, além da federação e capacitação para se tornar professor.

O mestre Arrais, que atingiu a faixa rajada aos 53 anos, conta que, em sua experiência de professor, já passou por inúmeras situações de alunos completamente indisciplinados e rebeldes. E, com o exemplo e a conversa, a maioria dessas crianças começou a respeitar os mais velhos e encontraram no esporte a forma de respeito essencial que a sociedade precisa.

Título pela facilitação

Agência Eletrônica do INSS é premiada por desburocratização

Por Helen Ramos e Maíra Miranda

Em abril de 2010, a Agência Eletrônica do Ministério da Previdência Social (MPS) recebeu o Prêmio Nacional de Desburocratização Eletrônica do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RJ) e da Fundação Getúlio Vargas Projetos (FGV Projetos).

Com pouco mais de um ano de lançamento, a Agência é uma página dentro do portal do MPS que reúne os serviços online para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No total, são 48 serviços que vão desde a inscrição de novos segurados ao parcelamento das contribuições. De acordo com o MPS, o objetivo da página é facilitar o acesso aos serviços, a fim de evitar o deslocamento aos postos do INSS.

Para a maioria dos serviços, são solicitados dados pessoais do contribuinte, bem como o seu número de inscrição junto ao INSS. Para aqueles que ainda não são cadastrados é necessário que o interessado tenha em mãos a carteira de trabalho e, se possível, o último contrato de trabalho.

Ainda assim, o portal facilita os serviços. O aposentado José Vieira, 64, diz que aprendeu a usar o site quando estava cansado da burocracia da unidade fixa de atendimento. “Aprendi na marra”, conta. Vieira, que pediu ajuda ao filho da primeira vez que utilizou a agência, afirma que acredita que nem todos da sua idade sabem utilizar os serviços, mas reconhece a utilidade. “A internet não é da minha geração, né? Mas é importante se atualizar”.

No portal do Ministério, existe ainda a Agência Eletrônica de Serviços aos Empregadores, destinada a empresas e empregadores. José Vieira conta ainda que por meio do site resolve os processos burocráticos da aposentadoria de sua empregada doméstica. “Ela se aposenta em agosto desse ano. Acho uma grande facilidade, pois gera mais conforto e menos estresse para quem precisa desse tipo de serviços”, pontua.

Os serviços mais procurados são os de cálculo da aposentadoria, agendamento de atendimento, consulta no extrato previdenciário e consulta na lista de unidades de atendimento. Para consultar os 48 serviços e links informativos disponíveis, clique aqui.

27 de jun. de 2010

Pesquisa revela que idosos se adaptam a uma nova geração

Quase vinte milhões de idosos se tornaram mais independentes, ativos e dispostos a viver

Por Amanda Lisboa

Os idosos se acostumam a um novo modo de viver. O perfil agora é outro, nada de sedentarismo e pessoas para cuidar o tempo todo. Uma pesquisa feita pela Somatório Pesquisa com mais de 1,5 mil pessoas com idade entre 60 e 104 anos mostrou que 81% se consideram independentes, 56% gostam de ler jornais e revistas e 45% praticam atividade física regulamente. Lili Cardoso, 78 anos, é aposentada, mora sozinha e está à procura de um asilo onde possa continuar a morar sozinha. “Gosto da minha independência, não quero dividir quarto com ninguém”, ressalta.

No Brasil, há quase vinte milhões de idosos. A expectativa é que esse número aumente, e deixe o país com a sexta maior população idosa até 2025. De acordo com a pesquisa, a terceira idade é quem sustenta a casa. Na classe A, os idosos são responsáveis por 55% da renda familiar, na classe B participam com 59% de contribuição, na classe C sobe para 72% e na classe D o idoso praticamente sustenta a casa sozinho, com ajuda de 88% na renda. Tereza Bandeira é professora aposentada, tem duas filhas e duas netas que moram com ela. “Eu sustento a casa sozinha. Depois que as minhas netas chegaram, aumentaram bastante as despesas. Além dos gastos no supermercado serem altos, eu tomo muitos remédios”, lembra a aposentada.

A pesquisa mostrou também que quando os idosos moram sozinhos, gastam mais em supermercados. A despesa com alimentação do idoso independente é em média de R$281,00 por mês. Já quando os idosos moram com parentes esse valor cai para R$123,00. Outro gasto que aumenta quando o idoso mora sozinho é o de telefone. Eles gastam cerca de R$66,00 por mês. Esse valor diminui bastante quando o idoso tem companhia, R$26,00, segundo a pesquisa. Vivaldo Filho, 60 anos, é empresário e mora sozinho. “Só preciso gastar comigo, compro o que eu quero”. Depois de se separar e com os dois filhos casados, Vivaldo só tem despesa com ele próprio. “O telefone para mim serve apenas para não me sentir tão só. Uso mais o msn”, diz o empresário.

Manhã de recordações

Grupo da terceira idade se reúne todas as quintas pela manhã na 913 norte

Por Carolina Paccini

Em um salão frio com cheiro de objetos envelhecido pelo tempo, em meio às recordações dos que passaram pela II Guerra Mundial. Na casa dos ex-combatentes existem dois sofás que acolhem o grupo da terceira idade Ouro Velho – Amor e Coragem todas as quintas-feiras pela manhã das 9h às 12h. Logo atrás do sofá, nem muito longe tem uma mesa cumprida com café, chá, biscoito, manteiga, tudo para o grupo.

Bem devagar chega Vasco Duarte Ferreira, 86 anos. Simpático, ele cumprimenta as pessoas que trabalham na casa. Com um sorriso de criança e um olhar feliz, acolhe a todos. O veterano de guerra ajudou a fundar o grupo há 30 anos e lamenta que hoje o grupo só tenha cinco pessoas. “Já chegou a ter 80 no início”, lembra.

Tão logo chega Nedyr Estevez, 85 anos, coordenadora do grupo. Ela dá a notícia do que aconteceu na reunião dos grupos da terceira idade do Distrito Federal. Ela repete a história a todos os que chegam. E coloca em cima da mesa alguns biscoitos para quem quiser se servir. Estevez é a responsável por organizar os eventos do grupo. Além disso, traz consigo um aparelho para medir a pressão dos que passam por ali.

Aos poucos os outros membros do grupo chegam. Alguns vão para uma sala ao final do corredor de outro salão onde fica Vasco, que faz uma massagem nos pés de todos com óleos e cremes. Eles deitam em uma maca e aproveitam o momento para relaxar, e até dizem que tiveram melhora na saúde.

Apesar das dificuldades e da falta de apoio, o grupo é firme. “Não tem palestras, não tem exercício”, ressalta a coordenadora do grupo. Para Nedyr, o número reduzido de participantes se deve à falta de atividades freqüentes. Quando o grupo foi criado para os ex-combatentes, a maioria era de homens. Hoje, o grupo, localizado na 913 norte, é aberto à comunidade, inclusive se juntou com o grupo do Centro de Saúde nº 16 para que tivesse mais pessoas.

Arte feita por quem já se aposentou

Idosos complementam a renda com suas habilidades na rua

Por Gabriella Bontempo

Quem passa pelo Setor Bancário Sul se impressiona com os traços firmes do seu Jayme, um senhor de 79 anos que reproduz com precisão fotografias em grandes formatos. “É tudo por amor à arte”, repete várias vezes ao longo da conversa. Além dos desenhos a lápis, ele pinta tela a óleo e faz esculturas com gesso colorido. Com tanto trabalho assim, optou por fazer parte da obra em área livre e justifica: “É maravilhoso poder pintar na rua e conhecer gente nova”.

Segundo Jayme Marques da Silva, a arte dele é “dom de Deus”, pois não teve professor para ensiná-lo, simplesmente aprendeu a técnica sozinho. Com ela, chega a tirar até R$ 100 por cada fotografia desenhada e quem quiser uma moldura para o quadro ele mesmo faz, com canudinhos de jornal enrolados e envernizados. Ele se gaba do pique e boa saúde. Não fuma, nem bebe tampouco toma remédios. Além de Jayme, outro senhor de 70 anos envolve com a música quem entra e sai pela estação Galeria, do Metrô, localizada no Setor Comercial Sul.

Com um banquinho e saxofone, Luís Fabrício Ferreira, adoça a correria de milhares de brasilienses. No repertório, músicas eruditas a canções inesquecíveis de Roberto Carlos. A estudante Virgínia Rozendo, 19 anos, diz se alegrar quando ela passa a catraca da estação e ao longe já escuta a música. “É muito bonita. Eu não teria o fôlego que ele tem”, completa.

Luís já fez de tudo um pouco para tentar sobreviver. Foi de catador de caroço de pequi a professor de português. Desde 2006, quando se divorciou, escolheu o Metrô como palco de suas apresentações.

Além de tocar, Luís Fabrício vende um CD com algumas de suas 300 músicas de trabalho gravadas e um DVD comemorativo dos 50 anos de Brasília. Quem quiser também pode chamá-lo para tocar em festas, shows, cerimônias religiosas. Algumas lojas e lanchonetes também o contratam para animar a clientela. Seus serviços estão bem apresentados na página do Luís Fabrício na internet, com vídeos e repertórios. O escritório? É bem ali, perto de alguma estação do metrô.

A senhora mais bela de Brazlândia

Olga Martins é eleita a nova Rainha da Terceira Idade da cidade

Por Mariana Rosa

O Centro de Convivência do Idoso (CCI) de Brazlândia promove há nove anos o Baile da Escolha da Rainha da Terceira Idade. A ocasião faz parte das comemorações do aniversário da cidade, dia 27 de junho. A vencedora desta edição foi Olga Ribeiro Martins, 60. “Eu nem esperava! Foi uma surpresa e tanto para todo mundo”, comemorou.

Com o incentivo da família, ela mesma se inscreveu. Olga acredita que é bom participar de concursos, pois levanta a auto-estima. A surpresa maior é por nunca ter ganhado bingos, sorteios ou concursos. Daí vem tanta emoção e alegria pelo prêmio. Agora, é considerada uma celebridade na cidade. Não pode nem sair na rua que escuta os gritos de “Olha a rainha!” e claro, orgulha-se do feito.

Eram quinze concorrentes. Todas moradoras de Brazlândia e frequentadoras do CCI. Olga é uma das senhoras mais simpáticas e falantes. Bem articulada, se considera acanhada e tímida. Sempre foi vaidosa. Desde a adolescência gosta de cuidar da aparência. Faz as unhas com frequência, procura andar com o cabelo arrumado e bem cortado, além do cuidado especial em se vestir.

O vestido longo, lilás bem claro, usado no dia do concurso, foi alugado. Pela primeira vez Olga usou a cor. A partir de agora, se tornou a cor da sorte e voltará a usá-la em momentos importantes. Os cabelos são brancos e não pintados. A tinta lhe dá alergia. É curto e “batidinho” na nuca. Para o grande dia, fez apenas uma escova e o decorou com uma presilha. A maquiagem ficou por conta da neta.

No grande dia, diferente das outras concorrentes, estava bem tranquila. Esperava que o título fosse dado para uma das amigas e não para ela. No momento final, quando falaram o nome da campeã, nem acreditou. Sem saber o que fazer, a vencedora apenas sorriu e caminhou até o prêmio.

A nova rainha da terceira idade tem três filhos e quatro netos. Aposentada há três anos pela secretaria de Saúde, não gosta de ficar parada. Divorciada há três anos, nos últimos dois passou a participar do CCI. O Centro promove atividades como ginástica, capoeira, passeios culturais e bailes voltados para a terceira idade. Após a separação, sente-se como se tivesse recuperado a liberdade. O ex-marido não a deixava, por exemplo, frequentar o Centro. E atualmente é o momento do dia que mais gosta.

Um dos medos que Olga tinha era de sentir falta do trabalho. Por isso, se dedicou intensamente ao artesanato. Faz crochê, tricô e bordados para presentear os amigos ou expor no Centro. O hobby preferido da rainha é conhecer lugares novos e trabalhar. Enche a voz para falar como ama costurar e passear. Por outro lado, Olga confessa não gostar dos serviços de casa como lavar e passar. “Isso não é trabalho para mim, sou artista”, afirma.

Casamento ultrapassa barreiras na terceira idade

Pesquisa mostra que cada vez mais idosos buscam reconstruir suas histórias ao casar novamente

Por Ana Carla

Casar e ter um companheiro para dividir os prazeres do dia a dia. Essa é a realidade de muitas pessoas da terceira idade, que depois dos 60 anos, decidem construir uma história com um novo casamento. E essa atitude reflete no bem estar e na qualidade de vida da maioria dos idosos.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o casamento depois dos 60 anos teve um crescimento de 44%, desde 2003. Muitos desses casais não oficializam a união e apenas resolvem dividir o mesmo lar. A pesquisa revelou também que os homens idosos casam mais que as mulheres. Para os homens, a taxa é de 3,3%, enquanto que para as mulheres, o índice é de 0,8%.

Maria de Jesus, 77 anos, e Bernardino de Almeida, 85 anos, moradores de Taguatinga, fazem parte dessa estatística. Eles se casaram em 2004 decididos a recomeçar uma nova vida, já que Maria era divorciada e Bernardino era viúvo. “Eu já queria casar porque me sentia solitário. Depois que fiquei viúvo, sempre procurei alguém, mas nunca achava”, afirmou Bernardino. Foram apenas três meses do namoro ao casamento.


Já Maria não queria se casar porque estava acostumada a viver só. “Vivi muitos anos sozinhas. Quando casei estranhei bastante, mas hoje vejo esse casamento como plano de Deus”, disse Maria, que tem um filho e Bernardino tem sete, todos de outros casamentos.

Sendo oficial ou não, a união desses casais esbarra nas dificuldades e no preconceito, muitas vezes vindo da própria família. Os filhos de Bernardino rejeitaram a ideia do casamento. “Como tenho algumas terras, eles ficaram receosos de que poderia perder com o casamento. Mas descobrimos que por causa da nossa idade, não poderíamos casar com comunhão de bens”, revelou. Maria e Bernardino se casaram na igreja e no civil, e hoje acreditam que a decisão, tão difícil no início, pode ser comemorada com alegria.

A união no civil para casais como Maria e Bernardino, possui algumas restrições. O advogado Edimilson Vieira Felix explica que, de acordo com o Código Civil, para pessoas maiores de 60 anos, é obrigatório o regime de separação de bens no casamento. “Essa vedação é legal. Mas se o casal, ou apenas um tiver mais de sessenta anos, após o casamento, eles poderão livremente passar ou doar algum bem para o companheiro”, afirma. Os empecilhos podem ser muitos, mas para esses casais reviver um novo casamento representa um passo a mais para a felicidade.

16 de jun. de 2010

Reconhecimento aos que fazem o bem

Governo federal premia iniciativas culturais voltadas aos idosos

Por Fernanda Mourão

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa, realizado pelo Ministério da Cultura da Cultura.

Ouça a reportagem no link abaixo.

Voluntariado ajuda a sair da inatividade

Participação profissional de idosos em trabalhos voluntários é uma das estratégias para o envelhecimento ativo

Por Mariana Domenici

A adaptação social dos idosos é fundamental para a boa qualidade de vida da classe. No entanto, não se deve confundir participação social com caridade. Nesse sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que não quer que as políticas públicas de envelhecimento ativo sejam vistas como assistencialismo. A proposta fala de inclusão social e de contribuição profissional. Uma das políticas públicas sugeridas pela ONU é o serviço voluntário.

Para entender melhor, o primeiro passo é considerar o voluntariado sob a perspectiva de “atuação profissional para os aposentados”, explica a socióloga Susana Sarué. Estudos da Faculdade de Saúde Pública (FSP) demonstram que um quarto dos idosos pratica trabalho voluntário no Brasil. Nos Estados Unidos e na Europa, o índice chega aos 70% e representa mudanças no cenário internacional: “Os países mais desenvolvidos entenderam que os mais velhos podem – e devem – intervir no quadro social do país”, afirma a socióloga.

Elza José, 74, passou por alguns obstáculos desde que o marido morreu. Desacostumada a morar sozinha e a depender de filhos, chegou a achar-se “uma velha que vive a incomodar os outros”. As perspectivas mudaram quando ela decidiu fazer parte de uma turma de bordadeiras que se dedicam voluntariamente a vestir crianças carentes. “Aceitei o convite de uma vizinha e fui bordar com elas. Em pouco tempo, estava rodeada de novas amigas e a minha casa, cheia de companheiras de trabalho”, conta entusiasmada.

A casa de costura fica no Núcleo Bandeirante e conta com cerca de 30 aposentadas. Elas confeccionam centenas de roupinhas por mês e distribuem em creches e em abrigos para menores. Bordadeira dedicada, Dona Elza trabalha diariamente e fica contrariada quando precisa faltar. Ela parece ter entendido a importância da participação voluntária: “O nosso trabalho veste aquelas crianças carentes e a minha contribuição faz diferença”, alegra-se.

Para a socióloga, as práticas de envelhecimento ativo são também um fenômeno cultural, cujas perspectivas de crescimento nacional são boas. “No Brasil, essa política pública é praticada significativamente apenas há cerca de uma década. As gerações futuras trarão uma maior consciência sobre a importância do tema”, afirma.

Grupo feminino promove ação beneficente

Desde 1971, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo recebe mulheres para produzir roupas para doação

Por Leo Renato Bernardes

As tardes de terça-feira na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na 913 sul, reservam mais que uma ação solidária. Um grupo de mulheres entre 50 e 80 anos se encontra para rezar e ajudar as pessoas mais pobres da cidade. Com muita alegria, elas tornam o trabalho divertidíssimo. Nesses dias, elas consideram o trabalho manual uma terapia.

Organizadora do grupo, Aparecida Saraiva, 77, participa da ação solidária desde 1973. Segundo ela, são 39 anos de muito amor e companheirismo para ajudar pessoas mais carentes, que muitas vezes não tem dinheiro para comprar roupas. Ela conta que na equipe de trabalho cada uma ajuda no que sabe fazer. “Aqui ninguém fica parado. Sempre tem coisa para fazer. Se não sabe costurar, ajuda no acabamento ou no corte”, diz.

As entregas das roupas são feitas duas vezes por ano. A primeira acontece em junho e a outra em novembro. Lá, produzem bermudas, enxovais para bebês, vestidos, paletós e calcinhas. Por conta do frio, as roupas entregues no primeiro semestre são feitas de flanela e as do segundo são produzidas com outros tecidos. Todo o material é doado para creches, orfanatos e comunidades carentes.

A aposentada Wilma Guimarães, 62, está no grupo há oito anos. Ela ajuda na parte do acabamento das roupas e destaca a alegria do trabalho. “Aqui a gente conta piada, fofoca, fala dos políticos. Fazemos de tudo”, conta. Ela também afirma que o relacionamento é muito bom. “É uma terapia para a gente. Ninguém vai ao psicólogo”, diz.

Há seis anos no grupo, Guiomar Pereira, 61, faz parte da equipe que costura as roupas. Conheceu a ação por meio de uma amiga e nunca mais deixou de ir. Hoje, ela também faz do espaço seu local de trabalho. A Paróquia cedeu um espaço para que ela pudesse trabalhar como costureira. O cantinho em que faz os serviços manuais funciona todos os dias da semana. Mas, nas tardes de terça-feira, Guiomar para tudo e ajuda na produção das roupas. “O pessoal espera a terça-feira para poder vir. Esse dia é de festa”, diz. A comerciante lembra que o grupo é alegre e receptivo e comenta que é difícil todas pararem de frequentar. “Daqui, só sai quando morre ou não tem mais condições”, sorri.

Durma bem e acorde mais disposto

Para isso, o idoso deve adaptar hábitos com o organismo

Por Maysa Rigo

Dormir bem traz mais disposição para enfrentar o dia, bom humor e bem estar. Para ajudar quem tem dificuldade em pegar no sono, a geriatra Luciana Louzada dá dicas de como fazer a chamada higiene do sono, que é a rotina para condicionar o organismo para dormir.

O mito que deve ser derrubado é que os idosos dormem menos. Isso não está relacionado com a idade. “O idoso não dorme mais nem menos do que o adulto. Existe uma variação individual”, explica. Ela acrescenta que a média de tempo necessária para dormir por noite é de cinco a sete horas.

Fernanda Pereira, 67, sente dificuldade na hora de dormir e sempre fica vendo televisão até o sono chegar. A geriatra recomenda mudar esse hábito. “Ao assistir um filme de suspense, jogos como um final de campeonato ou tentar discutir um problema em que possa haver estresse envolvido há a liberação da adrenalina. Esta substância estimulante inibe o sono”, explica.

Os efeitos de uma noite mal dormida se apresentam durante o dia. A pessoa acorda sonolenta, com falta de atenção, raciocínio lento, irritada e de mau humor. Maria José Batista, 70, sentiu isso na pele. “Era muito ruim. Tratava todos mal, não falava com ninguém. Meus netos me chamavam de vó ranzinza”, diz. Ela conseguiu contornar esse problema depois de começar a praticar atividades físicas durante o fim da tarde. “Sempre que saio para caminhar e vou dormir acordo com mais disposição, mais alegre. Até o mau humor foi embora,” afirma.

Outra dica para quem tem problema para dormir é não tomar banho quente antes de ir para a cama. Luciana conta que para conseguirmos dormir é necessário que o metabolismo desacelere e esfrie um pouco. Quando tomamos um banho muito quente esse processo demora.

Os acessórios para dormir também são importantes para que o idoso tenha uma noite de sono satisfatória. “Recomenda-se um colchão que não seja muito mole para não ficar com o molde da pessoa na cama. Isso pode prejudicar a coluna. Além disso, o travesseiro deve respeitar a distância entre o ombro e a cabeça,” explica.

Cuidados com a boca

Higiene bucal é importante para prevenir doenças

Por Flaviana Damasceno

Aprender a escovar os dentes é um dos hábitos que as crianças aprendem desde cedo. Ao passar dos anos, essa prática se torna um processo mecânico e desinteressante. Quando a idade avança, os problemas, como a falta de dentes e cáries, podem colaborar para o aparecimento ou a piora de outras doenças.

O professor do curso de Especialização em Odontogeriatria da Associação Brasileira de Odontologia de Santa Catarina (ABO- SC), José Carlos Oleiniski, conta que a falta dos dentes na terceira idade dificulta a mastigação e a ingestão de alimentos essenciais para o organismo. “Doença periodontal é uma enfermidade causada por microrganismos que podem liberar produtos tóxicos na corrente sanguínea, desencadeando um processo inflamatório nas artérias, causando problemas cardiovasculares, como por exemplo, o infarto”, explica o professor Oleiniski.

Especializado em Implantodontia e Prótese Dentária, o dentista Antonio dos Santos, afirma que 70% dos pacientes têm mais de 50 anos, e a procura por implantes dentários aumenta cada vez mais. “A maioria dos idosos perdem os dentes ainda jovens, por falta de condições financeiras para realizar tratamentos preventivos no momento certo”, afirma.

Adalberto Kuhn, 69, perdeu os dentes superiores aos 29 anos. “Naquela época não tinha dentista. Eles eram arrancadores de dente. Você chegava lá para ser examinado e saía sem nenhum na boca”, conta o advogado aposentado. Depois de 40 anos, Adalberto fez um implante dentário. “O processo de recuperação é dolorido, mas o resultado é ótimo, agora posso mastigar sem me preocupar com a comida que entra na dentadura”, diz.


Cuidados com a higiene bucal


Limpar os dentes com o fio dental, passando pelos espaços interdentais onde a escova dental não chega;

Escovar todas as faces dos dentes;

Utilizar higienizador lingual, que limpa a superfície da língua;

Deve ser feita ao acordar, após as refeições e antes de dormir;

Os especialistas indicam higienizar as próteses dentárias com escova macia e sabão neutro, e devem ser substituídas a cada cinco anos;

Como ter uma casa adequada às necessidades da velhice

Dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia revelam que na terceira idade 60% das quedas ocorrem dentro de casa

Por Maíra Miranda

Na maioria dos casos, o envelhecimento pode estar atrelado à redução da mobilidade física. Com isso, o risco de quedas aumenta. De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), as quedas são as principais causas de acidentes fatais e não fatais em pessoas com mais de 65 anos. Isso ocorre porque o equilíbrio corporal é mantido pela atuação do labirinto, da visão e de receptores localizados nos músculos e nas articulações, que com o envelhecimento ficam desgastados e, por isso, deixa o corpo mais propenso a quedas.

Cerca de 60% das quedas ocorrem em casa e, dessas, 25% são resultantes de “perigos domésticos”, como pisos escorregadios, pouca luminosidade e disposição inadequada de móveis. Por isso, deve-se estar preparado para enfrentar outra mudança: a do espaço físico doméstico.

A aposentada Maria do Carmo Lopes, 69, mora sozinha. Ela diz que demorou um pouco a aceitar que devia fazer mudanças em sua casa. Trocou a cama por uma mais alta e mandou instalar barras de apoio e piso antiderrapante dentro do box. “Moro na mesma casa há mais de 30 anos e só depois de muita insistência dos meus filhos, aderi às mudanças”, conta.

Quando o assunto em questão é acessibilidade, existem alguns padrões a serem seguidos. No caso de instituições de longa permanência para idosos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dispõe da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº.283 de 2005. A RDC regulamenta todas as exigências que um abrigo para idosos deve ter.

A arquiteta Cybele Barros, idealizadora do site Casa Segura, que contém indicações e sugestões para idosos que queiram adaptar suas casas, diz que as modificações essenciais são as do banheiro. Devido ao piso escorregadio, são os locais onde os acidentes mais acontecem. Ela acredita que as pessoas relutam para aceitarem fazer as alterações em suas casas porque a partir desse momento vão adotar para si a denominação de “idosos”. “Ainda não existe um consciente coletivo que a partir de um determinado momento é necessário ter atenção e fazer adaptações”, explica.

Em banheiros e cozinha, o piso deve ser antiderrapante e, se houver tapetes, eles devem estar fixados no piso. No banheiro, recomenda-se também o uso de barras de apoio próximo ao vaso e dentro do box. A altura do vaso sanitário pode ser aumentada em 10cm na sua base, bem como bancadas e pias.

Todas essas alterações só devem ser feitas se realmente for a maneira mais cômoda para realização das tarefas de maneira autônoma, se for necessário, faça pequenos testes. Como por exemplo, sente-se na sua cama e veja se ela tem uma altura não muito baixa, na qual seria necessário um esforço para poder se levantar e também, que não seja muito alta. O ideal é que, ao sentar na lateral da cama, seja possível apoiar os pés no chão.

Para mais informações sobre mudanças em casa, visite o site: www.casasegura.arq.br

9 de jun. de 2010

Universidade aberta para idosos

Centro de Convivência resgata a importância de se aprender a viver na terceira idade

Por Gabriella Bontempo

Maria Pereira, 68 anos, foi criada sem os pais numa época em que o machismo invadia até as salas de aula. Depois de crescer sem alfabetização, há dois meses, está aprendendo a ler e a escrever em um projeto do Centro de Convivência do Idoso (CCI), da Universidade Católica de Brasília. “Temos que valorizar esse trabalho. É uma oportunidade única na minha vida”, afirma Maria Pereira.

A professora Maria Eloisa explica que, como ela, mais de 50 alunos deixaram o orgulho de lado para aprender o bê-a-bá. Segundo ela, o projeto que existia foi reformulado em fevereiro deste ano e já conta com 420 idosos e mais 100 voluntários, que participam das atividades e colaboram em oficinas. Cada idoso pode optar por três aulas, dentre ginástica, musculação, capoterapia, dança de salão, Tai Chi Chuan, Inglês, Espanhol, alfabetização, informática, coral e oficinas de artesanato.

O CCI é coordenado pela professora Zilda Pessoa e conta com mais seis profissionais de diversas áreas, que desenvolvem projetos de integração do idoso na universidade. O centro ainda recebe ajuda de voluntários que auxiliam no ensino e aprendizado do idoso.

Durante a aula de alfabetização, são ensinados além das letras e números, o Estatuto do Idoso. A professora Maria Eloisa explica que é importante conhecer os direitos e deveres para fazer cumpri-los. Como alunos aplicados, eles prestam atenção e participam com opiniões. “Aqui eles desenvolvem sua interação com a sociedade e melhoram a auto-estima”, completa.

Hora de dançar

SESC da 913 sul promove iniciativas de inclusão social de idosos através da dança

Por Ana Patrícia e Fernanda Mourão

Para aqueles que gostam de dançar, o Sesc da 913 Sul oferece aulas gratuitas de dança, todas as terças-feiras, para idosos maiores de 60 anos.

Ouça a reportagem no link abaixo.