1 de jul. de 2010

Nascido para dançar

"Homem-frevo" dá lições de bom-humor e alto-astral através da dança


Por Dayara Martins

De parapsicólogo à professor de dança. Fundador do Grupo Folclórico Passistas de Brasília e do Fórum de Dança do Distrito Federal, Jorge Marino, 68 anos, que aparentemente parece como outro qualquer da sua idade, surpreende em poucos minutos de conversa. Nascido em Rosário do Sul (RS), Jorge já morou em lugares como Porto Alegre, Europa e Paraguai. Formou-se em Administração em São Paulo, mas o que sempre o acompanhou foi a habilidade nata de dançar. Conta que todos ficavam impressionados com sua facilidade para acompanhar os diferentes ritmos musicais. “Se colocassem uma música da Bulgária, eu começava a dançar igual à eles, sem nunca ter ido lá nem saber os passos”. Este é o “homem-frevo”.

Há 68 anos dançando e com um pique que não acaba. Jorge Marino tem “uma impressionante história pessoal dedicada ao frevo. Apesar de ser gaúcho de nascimento é um apaixonado pelos folclores e músicas brasileiras, principalmente as do norte e nordeste”, conta Gilberto Pereira, amigo de Jorge há 8 anos.

Para Marino, música e dança são como inspiração e modo de viver. “Esses ingredientes, juntos, oferecem uma energia física e mental acima do normal. Te predispõem a amar os outros, pensar no coletivo. Melhora a auto-estima e auto-confiança”. E é assim que esse jovem senhor leva a vida. Pereira o define como “uma pessoa alegre, sempre de alto astral, que parece "fisicamente" ser um jovem de 20 a 30 anos, pois mentalmente nada diferencia”. E completa “ainda não sei como ele não foi devidamente reconhecido pelo trabalho que fez e faz”.

Simpático, conversador e um ótimo dançarino, o “homem-frevo” não tem como passar despercebido. Mesmo tendo o conhecido há pouco tempo, João Sinício é outro admirador de Jorge. “É o tipo de pessoa que sempre está de bem consigo mesmo, de bem com a vida, de bem com todos que o cercam”. E é assim que o mestre e criador do frevo relax há 27 anos realiza trabalhos que incentivam a cultura nacional. “Resgatando esses valores, acredito que nosso povo será menos angustiado, menos corrupto, mais consciente e com o pensamento focado no coletivo”, finaliza.